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Mitos

Método Montessori: Um olhar mais profundo

Hoje vou abordar mais algumas objeções comuns levantadas em relação ao método Montessori. É natural questionar e criticar abordagens educacionais tão diferentes como essa, afinal, estamos lidando com a educação das nossas crianças. Vamos mergulhar nessas objeções e explorar algumas respostas fundamentadas que podem nos ajudar a entender melhor o método Montessori.

A Questão da Autoridade

Uma das objeções frequentes ao método Montessori é se ele impede que os adultos sejam autoridades na educação das crianças. É importante reconhecer que as crianças precisam de orientação e estrutura, mas também precisam de espaço para experimentar, falhar e ter sucesso por seus próprios esforços. O método Montessori busca encontrar um equilíbrio entre a orientação dos adultos e a aprendizagem independente da criança. Através de um ambiente preparado cuidadosamente, que inclui materiais acessíveis e normas culturais, os adultos podem fornecer orientação e conhecimento especializado enquanto permitem que as crianças explorem e descubram por si mesmas. Isso inclui estabelecer limites e manter padrões elevados para a educação das crianças. (Referência: Montessori, M. “A Mente Absorvente”).

A Evidência Científica

Outra objeção comum é se há evidências científicas que comprovem a superioridade do método Montessori em relação a outras abordagens educacionais. Embora exista pesquisa científica favorável ao método Montessori e práticas semelhantes, é importante reconhecer que comparar abordagens pedagógicas de forma conclusiva através de ensaios clínicos randomizados é um desafio. As ferramentas de pesquisa disponíveis atualmente não são adequadas para lidar com a complexidade e as nuances dessas abordagens. No entanto, pesquisas em andamento, como o livro “Montessori: The Science Behind the Genius”, de Angeline Lillard, apresentam evidências promissoras que apoiam o método Montessori.

Atualização e Relevância

Uma objeção interessante é se o método Montessori é antiquado em certos aspectos. Por exemplo, algumas pessoas questionam o ensino de habilidades práticas, como varrer o chão, em vez de priorizar o domínio da tecnologia. É importante destacar que o método Montessori não é um conjunto fixo de exercícios imutáveis, mas sim uma abordagem flexível e adaptável. À medida que o mundo evolui, é fundamental atualizar e modernizar o currículo Montessori para atender às necessidades das crianças. Por exemplo, podemos substituir atividades obsoletas por outras que estimulem o desenvolvimento de habilidades relevantes para a sociedade contemporânea, sem contudo perder a essência do método.

Adequação para Todas as Crianças

Uma crítica frequente ao método Montessori é se ele é adequado para todas as crianças. A verdade é que o método Montessori busca a individualização e reconhece que cada criança é única. Embora tenha sido amplamente validado globalmente ao longo de mais de um século de prática, o método Montessori não é um modelo rígido que se aplica uniformemente a todas as crianças. Ele é projetado para atender às necessidades individuais, observando e relacionando-se com as capacidades e desenvolvimento de cada criança de forma personalizada. Se alguma ferramenta específica do método Montessori não se encaixar perfeitamente, o princípio fundamental é voltar aos princípios mais profundos do método, observar a criança, reavaliar e encontrar uma nova estratégia que atenda às suas necessidades.

Ao explorar essas objeções comuns ao método Montessori, descobrimos que muitas delas podem ser abordadas de forma abrangente. O método Montessori reconhece a importância da orientação dos adultos, enquanto permite que as crianças desenvolvam independência e autodireção. Embora a evidência científica seja uma área em desenvolvimento na educação, existem pesquisas promissoras que apoiam o método Montessori. O método também é flexível e adaptável, permitindo atualizações e ajustes para garantir sua relevância em um mundo em constante evolução.

 

Referências bibliográficas:

Montessori, Maria. “A Mente Absorvente”.
Lillard, Angeline. “Montessori: The Science Behind the Genius”.

Desmistificando o Método Montessori

O Método Montessori destaca-se como uma abordagem educacional inovadora que promove o desenvolvimento integral das crianças. No entanto, como toda metodologia, também enfrenta objeções e críticas. Neste post, abordaremos as três principais objeções ao Método Montessori e forneceremos respostas embasadas na filosofia montessoriana.

  1. “As crianças que seguem o Método Montessori não têm disciplina adequada.” A disciplina no Método Montessori é abordada de forma diferente, não baseada em punições ou recompensas externas, mas sim no desenvolvimento da autodisciplina e do autodomínio. Segundo Montessori, no livro Mente Absorvente, quando as crianças têm liberdade dentro de limites bem estabelecidos e são incentivadas a tomar decisões autônomas, elas desenvolvem um senso de responsabilidade e respeito mútuo. Além disso, o ambiente montessoriano é cuidadosamente planejado para promover a concentração, a ordem e o respeito pelos materiais e pelos outros indivíduos.
  2. “O Método Montessori não prepara as crianças para o mundo real e competitivo.” Ao contrário dessa objeção, o Método Montessori valoriza a preparação das crianças para a vida real. Através de atividades práticas, como cuidar de si mesmas, ajudar nas tarefas domésticas e colaborar com os outros, as crianças desenvolvem habilidades essenciais para a vida adulta. Montessori, no livro Educação e Paz, destaca que o objetivo da educação montessoriana é formar seres humanos capazes de contribuir positivamente para a sociedade, com uma mentalidade empreendedora e habilidades de resolução de problemas.
  3. “O Método Montessori é elitista e inacessível para todos.” O Método Montessori tem se expandido para escolas públicas e comunitárias em todo o mundo. Montessori sempre defendeu a importância de tornar a educação de qualidade acessível a todas as crianças. Além disso, existem recursos e materiais adaptados para o ambiente doméstico, permitindo que pais e cuidadores apliquem princípios montessorianos em casa.

Referências:

  • Montessori, M. (2021). A mente absorvente da criança. Editora Kirion.
  • Lillard, A. S. (2005). Montessori: The science behind the genius. Oxford University Press.
  • Montessori, M. (1997). The discovery of the child. Clio Press.
  • Rathunde, K., & Csikszentmihalyi, M. (2005). Middle-class African American children
  • Montessori, M. (1967). Education and peace. Clio Press.
  • Rathunde, K. (2001). Montessori education and optimal experience: A framework for new research. NAMTA Journal, 26(3), 105-137.

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