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Aldric Bonani

Olá! Meu nome é Aldric Bonani e, por muitos anos, atuei como designer gráfico. No entanto, tudo mudou durante a gestação da minha filha Mariah, quando conheci a pedagogia Montessori e me apaixonei por uma abordagem mais respeitosa e amorosa na criação dos filhos. Hoje sou um pai ajudando outros pais a estabelecer conexões verdadeiras e duradouras com seus filhos.

Preparando Crianças para o Futuro com Escolas do Passado

Desafios da Educação Tradicional: Preparando-se para uma Mudança Significativa

No complexo panorama da educação tradicional, surgem diversos desafios que desempenham um papel significativo em limitar a eficácia e a abrangência do processo de aprendizagem. Um dos principais problemas é a tendência à padronização do ensino, em que a mesma abordagem é aplicada a todos os alunos, independentemente de suas diferentes necessidades, ritmos de aprendizado e estilos cognitivos. Isso resulta em um descompasso entre as expectativas educacionais e a realidade diversificada dos alunos. Além disso, a ênfase desmedida na memorização em detrimento da compreensão profunda e da aplicação prática prejudica a capacidade dos estudantes de desenvolver habilidades de pensamento crítico e resolução de problemas, essenciais para navegar nas complexidades da vida contemporânea.

A predominância de avaliações baseadas em testes estandardizados também é uma característica marcante da educação tradicional. Esse enfoque avaliativo muitas vezes conduz a uma mentalidade de “ensino para o teste”, que encoraja os alunos a se concentrarem apenas em decorar informações temporariamente, em vez de cultivar uma compreensão profunda e duradoura. Além disso, a falta de personalização é um dos principais obstáculos na educação tradicional. Ignorar as necessidades individuais dos alunos pode resultar em lacunas no aprendizado e desinteresse pelo conteúdo, afastando-os do processo educacional.

Abraçando a Abordagem Montessori: Fomentando uma Educação Autêntica e Significativa

Em contraposição a esses desafios, a pedagogia Montessori se apresenta como uma solução abrangente e orientada para o aluno. Inspirada nas ideias pioneiras de Maria Montessori, essa abordagem reconhece a singularidade de cada criança e busca promover sua autodisciplina, autonomia e autodescoberta. Ao criar ambientes de aprendizado preparados que estimulam a exploração ativa, o método Montessori desenvolve habilidades práticas, pensamento crítico e autoconfiança. A ênfase recai sobre a compreensão profunda e a aplicação prática, em vez de apenas memorizar informações para fins de avaliação.

Uma característica central da abordagem Montessori é a promoção da aprendizagem autodirigida e da autoavaliação. Os alunos são encorajados a definir metas pessoais, tomar iniciativa em sua educação e se tornar aprendizes ativos e autônomos. Essa abordagem não apenas enfrenta os desafios intrínsecos à educação tradicional, mas também prepara os alunos para um futuro em constante evolução, onde a adaptabilidade, o pensamento crítico, a colaboração e a resolução de problemas são habilidades essenciais. Portanto, a pedagogia Montessori oferece uma resposta abrangente aos problemas da educação tradicional, oferecendo um caminho concreto para cultivar uma geração de aprendizes engajados e preparados para as demandas do século XXI.

Por que nosso logo é uma andorinha?

Nosso logotipo, uma andorinha em pleno voo, é muito mais do que uma imagem bonita. Ele representa a essência do nosso projeto na Livremente Montessori – a busca pela excelência na educação parental.

A andorinha é um símbolo de liberdade e proteção, e representa a capacidade de adaptação e a busca por um ambiente seguro e acolhedor. Como pais, todos nós queremos o melhor para nossos filhos, especialmente quando se trata de sua educação. Acreditamos que a educação parental é uma jornada de movimento constante rumo ao desenvolvimento saudável e feliz de nossos filhos, e a andorinha nos lembra disso todos os dias.

Na Livremente Montessori, nossa abordagem educacional é baseada nos valores de liberdade e proteção. Como a fundadora da abordagem Montessori disse uma vez: “A criança é uma esperança e uma promessa para a humanidade”. Ao fornecer um ambiente seguro e acolhedor onde as crianças possam explorar e aprender no seu próprio ritmo, estamos ajudando a proteger a curiosidade e o potencial inatos delas.

A andorinha também é uma ave social, que vive em comunidades unidas. Isso nos lembra da importância do apoio parental e comunitário na educação de uma criança. À medida que trabalhamos juntos para fornecer um ambiente de suporte e estímulo para nossos filhos, eles podem prosperar e se desenvolver em indivíduos felizes e saudáveis.

Assim, nosso logotipo é um convite para cuidarmos de nossos filhos com amor, proteção e liberdade, e construirmos uma sociedade onde a educação parental seja valorizada e respeitada.

Autonomia na hora da alimentação

A abordagem Montessori é uma filosofia educacional que valoriza a independência e a autonomia das crianças. Quando aplicada à alimentação, essa abordagem pode ser ainda mais benéfica para os pais, uma vez que, além de promover hábitos saudáveis e positivos em seus filhos, pode ajudar a fortalecer o vínculo entre pais e filhos.

De acordo com a Dra. Silvana Montanaro, pediatra e especialista em abordagem Montessori, “a criança deve ter o direito de escolher o que comer e quando comer”. No entanto, é importante destacar que essa independência não deve ser confundida com falta de orientação. Os pais devem fornecer uma variedade de opções saudáveis e orientar seus filhos sobre a importância de uma alimentação equilibrada.

Além disso, a abordagem Montessori incentiva a participação ativa da criança no processo de alimentação. Isso pode incluir permitir que a criança prepare sua própria comida, coloque a mesa e ajude a limpar depois. Essa participação ativa pode ser uma oportunidade para os pais ensinarem seus filhos sobre higiene e organização, além de promover a autoestima e a independência das crianças.

Ao promover a autonomia e a participação ativa na hora da alimentação, os pais podem ajudar seus filhos a desenvolver uma relação saudável e positiva com a comida, além de fortalecer o vínculo entre pais e filhos. Como disse Maria Montessori, “a liberdade não é a ausência de limites, mas a escolha entre limites estabelecidos”.

Cabe ressaltar que, para aplicar essa abordagem com sucesso, é importante que os pais conheçam bem as necessidades e a personalidade de seus filhos, além de estarem dispostos a investir tempo e paciência. Com a orientação adequada, a abordagem Montessori pode ser uma poderosa ferramenta para promover hábitos saudáveis e positivos em seus filhos desde cedo.

Referência:

  • Montanaro, S. (2019). Understanding the Human Being: The Importance of the First Three Years of Life. Montessori Family Alliance.

Método Montessori: Um olhar mais profundo

Hoje vou abordar mais algumas objeções comuns levantadas em relação ao método Montessori. É natural questionar e criticar abordagens educacionais tão diferentes como essa, afinal, estamos lidando com a educação das nossas crianças. Vamos mergulhar nessas objeções e explorar algumas respostas fundamentadas que podem nos ajudar a entender melhor o método Montessori.

A Questão da Autoridade

Uma das objeções frequentes ao método Montessori é se ele impede que os adultos sejam autoridades na educação das crianças. É importante reconhecer que as crianças precisam de orientação e estrutura, mas também precisam de espaço para experimentar, falhar e ter sucesso por seus próprios esforços. O método Montessori busca encontrar um equilíbrio entre a orientação dos adultos e a aprendizagem independente da criança. Através de um ambiente preparado cuidadosamente, que inclui materiais acessíveis e normas culturais, os adultos podem fornecer orientação e conhecimento especializado enquanto permitem que as crianças explorem e descubram por si mesmas. Isso inclui estabelecer limites e manter padrões elevados para a educação das crianças. (Referência: Montessori, M. “A Mente Absorvente”).

A Evidência Científica

Outra objeção comum é se há evidências científicas que comprovem a superioridade do método Montessori em relação a outras abordagens educacionais. Embora exista pesquisa científica favorável ao método Montessori e práticas semelhantes, é importante reconhecer que comparar abordagens pedagógicas de forma conclusiva através de ensaios clínicos randomizados é um desafio. As ferramentas de pesquisa disponíveis atualmente não são adequadas para lidar com a complexidade e as nuances dessas abordagens. No entanto, pesquisas em andamento, como o livro “Montessori: The Science Behind the Genius”, de Angeline Lillard, apresentam evidências promissoras que apoiam o método Montessori.

Atualização e Relevância

Uma objeção interessante é se o método Montessori é antiquado em certos aspectos. Por exemplo, algumas pessoas questionam o ensino de habilidades práticas, como varrer o chão, em vez de priorizar o domínio da tecnologia. É importante destacar que o método Montessori não é um conjunto fixo de exercícios imutáveis, mas sim uma abordagem flexível e adaptável. À medida que o mundo evolui, é fundamental atualizar e modernizar o currículo Montessori para atender às necessidades das crianças. Por exemplo, podemos substituir atividades obsoletas por outras que estimulem o desenvolvimento de habilidades relevantes para a sociedade contemporânea, sem contudo perder a essência do método.

Adequação para Todas as Crianças

Uma crítica frequente ao método Montessori é se ele é adequado para todas as crianças. A verdade é que o método Montessori busca a individualização e reconhece que cada criança é única. Embora tenha sido amplamente validado globalmente ao longo de mais de um século de prática, o método Montessori não é um modelo rígido que se aplica uniformemente a todas as crianças. Ele é projetado para atender às necessidades individuais, observando e relacionando-se com as capacidades e desenvolvimento de cada criança de forma personalizada. Se alguma ferramenta específica do método Montessori não se encaixar perfeitamente, o princípio fundamental é voltar aos princípios mais profundos do método, observar a criança, reavaliar e encontrar uma nova estratégia que atenda às suas necessidades.

Ao explorar essas objeções comuns ao método Montessori, descobrimos que muitas delas podem ser abordadas de forma abrangente. O método Montessori reconhece a importância da orientação dos adultos, enquanto permite que as crianças desenvolvam independência e autodireção. Embora a evidência científica seja uma área em desenvolvimento na educação, existem pesquisas promissoras que apoiam o método Montessori. O método também é flexível e adaptável, permitindo atualizações e ajustes para garantir sua relevância em um mundo em constante evolução.

 

Referências bibliográficas:

Montessori, Maria. “A Mente Absorvente”.
Lillard, Angeline. “Montessori: The Science Behind the Genius”.

Criando Filhos Compassivamente

A dica de leitura de hoje é o livro “Criar filhos compassivamente: a perspectiva da Comunicação Não Violenta”, escrito por Marshall Rosenberg. É uma obra que me cativa desde o seu lançamento em português.

O livro é compacto e de leitura leve, mas não se engane, pois aborda temas profundos e significativos. O autor começa destacando o perigo de usar o termo “filho” como justificativa para tratar uma criança de maneira diferente, desumanizando-a. Essa reflexão permeia toda a obra.

Rosenberg nos ensina a enxergar a humanidade e dignidade em todas as pessoas, especialmente em nossos filhos. Ele explora os desafios da criação, onde muitas vezes esperamos que as crianças façam o que queremos, mesmo que isso signifique renunciar a si mesmas. É uma discussão sensível e profunda.

Aprender que não temos poder sobre nossos filhos, mas sim a responsabilidade de cultivar relacionamentos saudáveis, é uma lição que impacta toda a vida.

O autor questiona os limites da coerção, punição e recompensa na educação e ressalta a importância dos vínculos familiares de qualidade. A Comunicação Não Violenta (CNV) e a Disciplina Positiva (DP) estão alinhadas nessa visão.

Rosenberg nos incentiva a transformar nossa comunicação cotidiana com as crianças, demonstrando amor incondicional. Esse livro de pequenas dimensões tem o poder de tocar em feridas profundas e gerar grandes mudanças nas relações com nossos filhos.

Recomendo-o sem hesitar!

Elogiar, ajudar, ou até mesmo um olhar, pode ser suficiente para interrompê-lo, ou destruir a atividade…. 

“Elogiar, ajudar, ou até mesmo um olhar, pode ser suficiente para interrompê-lo, ou destruir a atividade…. O grande princípio que traz sucesso ao professor é este: assim que a concentração começar, aja como se a criança não existisse.” — A Mente Absorvente

Esta citação traz à tona um importante aspecto da abordagem montessoriana: a valorização da concentração e do desenvolvimento autônomo da criança.

Maria Montessori compreendia que a concentração é uma habilidade fundamental para o aprendizado e o desenvolvimento pleno da criança. Quando uma criança está completamente imersa em uma atividade, sua mente está altamente engajada, permitindo assim a absorção de novos conhecimentos de maneira profunda e significativa. Nesse estado de concentração, a criança está envolvida em uma jornada de autodescoberta e aprendizado autônomo.

No entanto, qualquer interferência externa, como elogios excessivos, ajudas desnecessárias ou até mesmo um simples olhar de aprovação ou desaprovação, pode interromper o fluxo da concentração da criança e prejudicar seu desenvolvimento. Montessori ressalta a importância de permitir que a criança siga seu próprio ritmo e se concentre sem distrações, criando um ambiente propício para a aprendizagem e a autonomia.

Diversas pesquisas corroboram a visão de Montessori sobre a concentração como um fator essencial para o desenvolvimento infantil. Por exemplo, um estudo publicado na revista Developmental Psychology por Bürkner, Grohmann e Tomasello (2017) destacou que a capacidade de concentração na infância está diretamente relacionada a melhores resultados acadêmicos e habilidades socioemocionais no futuro.

Para aplicar esse princípio na prática, é fundamental que os educadores e pais estejam atentos às necessidades individuais de cada criança. Proporcionar um ambiente calmo, livre de distrações e com materiais adequados é essencial para permitir que a criança se concentre em suas atividades. Além disso, é importante evitar interrupções desnecessárias e permitir que a criança desenvolva a confiança em suas próprias capacidades.

Ao agir como se a criança não existisse assim que a concentração começar, os educadores estão demonstrando respeito pela autonomia e pela capacidade da criança de aprender de forma independente. Esse princípio ressalta a importância de valorizar a concentração como um momento sagrado para a criança, proporcionando um ambiente favorável para que ela se desenvolva plenamente.

Em suma, a citação de Maria Montessori nos lembra da importância de preservar a concentração da criança como um processo valioso para o seu desenvolvimento. Ao criar um ambiente adequado e respeitar o fluxo natural da concentração, estamos fornecendo as condições ideais para que as crianças explorem, aprendam e cresçam de maneira autônoma.

Referências:

  • Montessori, M. (1949). The Absorbent Mind. Oxford, England: Clio Press.
  • Bürkner, P. C., Grohmann, K., & Tomasello, M. (2017). Concentration in early childhood: A longitudinal study of its effects on later academic achievement and parenting behavior. Developmental Psychology, 53(3), 502-508. doi:10.1037/dev0000267

A mão é o instrumento da inteligência

A criança precisa manipular objetos e ganhar experiência tocando e manuseando.” Essa citação sintetiza uma das pedras angulares da pedagogia Montessori: o envolvimento ativo e sensorial das crianças no processo de aprendizagem.

A Dra. Montessori acreditava que o desenvolvimento cognitivo e a aquisição de conhecimento estão intrinsecamente ligados à ação física e à manipulação de objetos. Quando as crianças têm a oportunidade de tocar, sentir, explorar e manipular materiais, elas estão engajadas em uma forma de aprendizagem ativa e significativa. Essa abordagem permite que as crianças desenvolvam habilidades motoras finas, coordenação motora, concentração e percepção sensorial, ao mesmo tempo em que internalizam conceitos e conhecimentos.

A manipulação de objetos tangíveis fornece às crianças um ambiente rico e sensorial para a aprendizagem. Ao segurar, movimentar e experimentar objetos, elas estão envolvendo seus sentidos de maneira holística. Isso estimula o desenvolvimento neuronal, fortalece as conexões cerebrais e aprimora a compreensão dos conceitos. Além disso, a manipulação promove a curiosidade, a exploração e o pensamento criativo, permitindo que as crianças façam descobertas por si mesmas.

Diversos estudos e pesquisas têm apoiado a importância da manipulação na aprendizagem infantil. Por exemplo, um estudo realizado por Soska et al. (2010) demonstrou que bebês de 6 meses de idade que têm mais oportunidades de manipular objetos têm maior capacidade de resolver problemas e maior desenvolvimento cognitivo. Da mesma forma, pesquisas de Diamond et al. (2007) mostraram que a manipulação de objetos está relacionada ao desenvolvimento da função executiva, que envolve habilidades como planejamento, controle inibitório e flexibilidade cognitiva.

A pedagogia Montessori enfatiza a importância de oferecer às crianças materiais didáticos adequados e sensorialmente enriquecedores. Os materiais montessorianos são projetados para serem manipulados pelas crianças, estimulando sua curiosidade e levando-as a descobrir conceitos matemáticos, linguísticos, científicos e sensoriais. Ao interagir com esses materiais, as crianças desenvolvem uma compreensão profunda e duradoura dos conceitos, em vez de apenas memorizá-los.

A criança precisa manipular objetos e ganhar experiência tocando e manuseando” – ressalta a importância da manipulação na aprendizagem infantil. Através da manipulação de objetos tangíveis, as crianças envolvem seus sentidos, fortalecem as conexões cerebrais e adquirem conhecimento de forma ativa e significativa. A pesquisa tem demonstrado consistentemente os benefícios dessa abordagem, mostrando que a manipulação está diretamente relacionada ao desenvolvimento cognitivo, habilidades motoras e pensamento criativo.

Na pedagogia Montessori, a manipulação é valorizada e incentivada por meio de materiais sensorialmente enriquecedores. Ao oferecer às crianças a oportunidade de explorar, experimentar e interagir com objetos, estamos proporcionando um ambiente propício para a construção do conhecimento e o desenvolvimento integral da criança.

Referências Bibliográficas:

  • Diamond, A., et al. (2007). Preschool Program Improves Cognitive Control. Science, 318(5855), 1387-1388.
  • Montessori, M. (1946). The London Lectures of 1946. Clio Press.
  • Soska, K. C., et al. (2010). The Role of Motor Experience in Infant’s Object Segregation. Journal of Experimental Psychology: Human Perception and Performance, 36(2), 420-428.

A vara: desmistificando a relação entre educação cristã e a violência física

PV 23:13—14 | “ 13 Não deixe a criança sem disciplina, porque, se você a castigar com a vara, ela não morrerá. 14 Você a castigará com a vara e livrará a alma dela do inferno”.

Esta citação de Provérbios é frequentemente interpretada como a permissão — e talvez até o incentivo — ao uso da violência física e da punição como a “melhor” ferramenta para a criação de filhos.

No entanto, é essencial entender o contexto histórico e cultural desses versículos. Não podemos observar um único texto bíblico, isolado de contexto e do panorama bíblico e abraçá-lo como toda a verdade. Na verdade, nem mesmo precisamos ir tão longe deste texto para perceber que o assunto é mais complexo e profundo. Ainda em Provérbios (22:6) o texto bíblico nos ensina a “instruir a criança no caminho em que deve andar”, enfatizando a importância de orientar e ensinar, em vez de usar a força física.

Isto quer dizer que o foco destes Provérbios nunca foi a “vara” — como sinônimo de castigo ou violência física — mas sim a disciplina. A pedagogia da suavidade é enfatizada, e os pais são encorajados a educar seus filhos com persistência e conversas constantes. Ou seja, o texto fala sobre não deixar de lado o princípio fundamental de educar — instrução, exemplo, valores, presença parental, empatia, limites…

Os pais são aconselhados a disciplinar seus filhos como parte de um processo educacional mais amplo, e não simplesmente puní-los. Esta abordagem é incomum porque requer esforço! É mais trabalhoso dialogar do que castigar.

A disciplina cristã busca guiar e ensinar os filhos, ajudando-os a desenvolver valores, responsabilidade e autodisciplina. É um processo de orientação amorosa, baseada no diálogo e na paciência. A disciplina saudável não envolve violência física nem coação, mas sim a construção de limites claros, o estabelecimento de expectativas realistas e a promoção de um ambiente de respeito mútuo.

Existem abordagens educacionais baseadas em princípios cristãos, como a Disciplina Positiva e a Abordagem Montessori, que valorizam a disciplina construtiva e respeitosa, enfocando a cooperação, a empatia e a compreensão mútua.

Como diz a Dra. Jane Nelsen, “de onde tiramos a ideia absurda que para fazer uma criança agir melhor precisamos antes fazê-la se sentir pior?”. A disciplina baseada na coação ou violência física pode parecer proveitosa por produzir “resultados imediatos”, mas certamente tem efeitos negativos a longo prazo, como o medo, a submissão cega e a perda da confiança entre pais e filhos. Por outro lado, uma disciplina não violenta busca estabelecer limites claros, ensinar habilidades sociais, incentivar a autorregulação e promover a autonomia das crianças.

Ao adotar uma abordagem não violenta na educação dos filhos, estamos investindo em um relacionamento saudável e duradouro, baseado no respeito mútuo. Dessa forma, estamos construindo um ambiente familiar harmonioso, onde os valores cristãos são vivenciados em seu verdadeiro sentido.

Portanto, é fundamental abandonar a ideia de que a educação cristã necessita ser baseada na violência física. A verdadeira disciplina cristã está enraizada no amor, na orientação respeitosa e na promoção do bem-estar integral das crianças. Vamos caminhar em direção a uma educação cristã mais inclusiva, amorosa e compassiva, onde a disciplina é sinônimo de cuidado e crescimento saudável.

Quem sou eu?

Hoje gostaria de compartilhar um pouco sobre mim e minha jornada de transição de carreira para a educação parental. Meu nome é Aldric Bonani e, por muitos anos, atuei como designer gráfico. No entanto, tudo mudou durante a gestação da minha filha Mariah, quando conheci a pedagogia Montessori e me apaixonei por uma abordagem mais respeitosa e amorosa na criação dos filhos.

Quando me deparei com a pedagogia Montessori, tudo começou a fazer sentido para mim. A forma como eu via a criação de filhos anteriormente parecia estranha e despropositada. Foi então que decidi mergulhar de cabeça nesse novo mundo da educação respeitosa. Para ampliar meus conhecimentos, participei de diversos cursos, dos quais eu destaco o Curso de Orientação 0-3 anos da Associação Montessori Internacional (AMI) e a Formação Integral em Educação Parental.

Além dos cursos, tive a oportunidade de me engajar em trabalhos voluntários que me permitiram compartilhar meu conhecimento e habilidades. Desde palestras e oficinas de lettering para crianças com temas como sustentabilidade e relacionamentos, até uma jornada, ao longo de 15 anos, num projeto com adolescentes, trabalhando ativamente com aconselhamentos e atividades voltadas ao desenvolvimento pessoal destes jovens. Cada experiência foi enriquecedora e reafirmou minha paixão por auxiliar pais e educadores na jornada da educação respeitosa.

Motivado pela minha paixão pela pedagogia Montessori e pela busca por uma educação mais amorosa e respeitosa, decidi iniciar a Livremente Montessori, dedicando-me exclusivamente à educação parental. Através da Livremente, vou compartilhar informações, recursos e orientações para auxiliar os pais nessa jornada transformadora. Minha transição de carreira para a educação parental tem sido uma das melhores decisões que já tomei. Tenho a oportunidade de ajudar pais e cuidadores a adotarem uma abordagem mais respeitosa e amorosa na criação dos filhos. Acredito que, ao investirmos em uma educação baseada no respeito, no diálogo e na autonomia das crianças, estamos construindo um futuro mais harmonioso e equilibrado. Junte-se a mim nessa jornada e vamos caminhar juntos em direção a uma parentalidade mais consciente e amorosa.

Autonomia na Infância: Um Olhar Montessoriano

No Método Montessori, a autonomia é um dos pilares fundamentais no processo de educação. Valorizar e promover a autonomia significa proporcionar um ambiente adequado e estimulante, permitindo que os pequenos se desenvolvam plenamente, tornando-se indivíduos confiantes, independentes e responsáveis. Neste post, exploraremos a importância da autonomia na educação infantil, embasados na filosofia montessoriana.

  1. A Construção da Identidade e da Autoestima: Segundo Maria Montessori, no livro “A Mente Absorvente da Criança”, ao permitir que as crianças tomem decisões, realizem escolhas e executem tarefas por si mesmas, estamos contribuindo para a construção de sua identidade e autoestima. Ao vivenciarem conquistas e superarem desafios, elas se percebem como agentes capazes de influenciar o mundo ao seu redor.
  2. Desenvolvimento das Habilidades Cognitivas e Motoras: A autonomia oferece às crianças a oportunidade de explorar, experimentar e aprender por meio de suas próprias descobertas. Segundo Angeline Lillard, em seu livro “Montessori: The Science Behind the Genius”, essa abordagem encoraja o desenvolvimento de habilidades cognitivas, como a resolução de problemas e a tomada de decisões, além de estimular o aprimoramento das habilidades motoras, coordenação motora fina e grossa.
  3. Estímulo da Responsabilidade e da Autodisciplina: Ao assumir responsabilidades e participar ativamente na organização do ambiente e do seu próprio cuidado, as crianças desenvolvem a autodisciplina. O livro “Montessori: The Common Sense of Education”, de Maria Montessori, destaca que a autodisciplina é uma habilidade essencial para a vida, que permite às crianças agirem de forma consciente, respeitando regras e limites estabelecidos.

A autonomia é um pilar central na pedagogia Montessori, pois reconhece a capacidade inata das crianças de se desenvolverem de forma plena e significativa. Proporcionar um ambiente propício para o exercício da autonomia é essencial para que elas se tornem indivíduos confiantes, independentes e autônomos. Ao embasar nossas práticas educacionais na filosofia montessoriana, estaremos contribuindo para a formação de seres humanos capazes de enfrentar os desafios da vida com segurança e autenticidade.

Referências Bibliográficas:

  • Montessori, Maria. A Mente Absorvente da Criança.
  • Lillard, Angeline Stoll. Montessori: The Science Behind the Genius.
  • Montessori, Maria. Montessori: The Common Sense of Education.

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